segunda-feira, 18 de março de 2019

Consumo x Consumismo: o que a Bíblia diz a respeito?

Esta semana estreou num dos canais de TV em Portugal um canal com o título "Começar do Zero". Os participantes são desafiados a desprenderem-se de tudo o que possuem e a descobrirem o que realmente precisam para serem felizes.

Consumo x Consumismo: o que a Bíblia diz a respeito?


"Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão do céu; e sairá o povo e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu prove se anda em minha lei ou não (...) Isto é o que o Senhor ordenou: Colhei dele cada um conforme o que puder comer, um gomer para cada cabeça, segundo o número de pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda" (Exodo 16: 4 e 16).   

Vivemos a era do instantâneo, do digital, do Marketing sedutor, da globalização, da Tecnologia (novo nome da antiga Ciência) e do descartável. As coisas são feitas para durar pouco, até para que possamos ter a oportunidade de trocá-las quando nos cansarmos delas. Ou seja, ao nosso belo-prazer.       

Publicidades criativas pipocam diante de nossos olhos, sejam na TV, Outdoors, revistas, jornais e até em muros. Tudo isso para que nós pensemos 24h sobre o produto e cheguemos à conclusão de que não podemos viver sem eles.  

Há algumas declarações da Palavra de Deus que fazemos questão de cumprir: "Os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu-a ele aos filhos dos homens" (Salmo 115:16). Se o próprio Deus deu toda a terra para mim, porque não usufruir ao máximo dela?   

Outras declarações já não nos parecem tão interessantes, como: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6:33).  

Deus nunca foi contra os seus filhos possuírem boas coisas. Sua Palavra está cheia de promessas nesse sentido. Jesus Cristo disse: "Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem" (Mateus 7:11). É de Sua vontade que todos os seus filhos sejam prósperos, mas não cobiçosos!  

Muitos confundem os conceitos de consumo e consumismo, pelo facto de uma palavra derivar da outra. Mas ambas não possuem o mesmo significado. 

Consumo é quando faço uso daquilo que é necessário para a minha sobrevivência, sem faltar, nem sobrar. Consumismo é quando adquiro além do que é necessário para a minha vida, muitas vezes de maneira desenfreada e por impulso; em geral o produto é logo descartado quando satisfeito o desejo inicial da posse.    

Quando Deus enviou o Maná no deserto, Ele deixou regras para que fossem cumpridas pelos filhos de Israel. Não se poderia colher o pão de qualquer maneira e na quantidade que quisessem.  Deveriam ser colhidos o necessário para cada dia e pelo número de moradores de cada tenda. Nem mais, nem menos.   

Jesus Cristo quando ensinava a parábola do rico insensato advertiu aos ouvintes: "E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui" (Lucas 12:15).  

Os homens estão a medir uns aos outros pelo que têm, não pelo que são.  Ao invés  da  frase "penso,  logo existo",  é  "tenho, logo existo".  Há uma inversão de valores em nossa sociedade; mas, muitas das vezes, tem chegado esse pensamento às nossas igrejas, onde podemos perceber "Mauricinhos" e "Patricinhas" a desfilarem a última tendência da moda, adquirida numa loja de grife ou portando um novo telemóvel de última geração. Confunde-se consumismo com prosperidade.

Os maus desejos dos olhos (desejo desenfreado) têm sido a causa do consumismo que cresce a cada dia. O mundo oferece tantas coisas aprazíveis e interessantes, que fica difícil resistir ao impulso da compra. "Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (I João 2:16,17).

É necessário submeter-se ao domínio do Espírito Santo para não ser dominado pelo espírito do consumismo, que, infelizmente, tem seduzido muitos filhos de Deus, levando-os ao acúmulo de dívidas. Alguns acabam até por culpar Deus, acusando-O de não cumprir Suas promessas em suas vidas, já que são fiéis cumpridos com seus compromissos cristãos.  

Não há planeamento que resista a compras desnecessárias, por impulso; apenas porque estavam em liquidação. Ou nos tornamos consumidores conscientes e responsáveis, ou iremos a "bancarrota".  
    
Os filhos de Deus precisam "andar pelo Espírito, e não haverão de  cumprir a cobiça da carne" (Gálatas 5:16). Também se faz necessário buscar todo o Fruto do Espírito, incluindo o domínio Próprio (Gálatas 5:23).  

Uma das qualificações mais necessárias aos filhos de Deus nesses últimos tempos é a sabedoria. Busca-se com afinco o conhecimento humano, o que é louvável, mas este não é suficiente para enfrentarmos as lutas diárias, tanto no campo natural, quanto no espiritual. Assim diz  Eclesiastes 8:5: "Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo".

Em Tiago 1:5, lemos: "E, se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente". Se não fosse necessária não constaria na Bíblia. Tudo de que precisamos está contido Nela.     

Quem tem sabedoria é diligente; faz as coisas de maneira bem ordenada, planeada. Assim, obtém sucesso em seus projectos, lucra, prospera, tem para repartir. Sua vida torna-se um bom testemunho para o Reino de Deus, e Ele o exalta: "Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não será posto perante os de baixa sorte" (Provérbios 22:29).      

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