quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Fazer "teologia" ou preparar líderes? - parte 1



São criados inúmeros "monstros teológicos" e os chamamos erroneamente de "líderes".

Existe um denominador comum nas conversas entre líderes, de que há uma crise de liderança. Parecemos competentes e ordeiros no papel, mas a verdade é que vários dos ministérios simplesmente não estão a ir a parte alguma por falta de liderança e de boa gestão, somada à falta de uma boa e adequada comunicação.

Certa ocasião, o porta-voz de um grupo de 600 igrejas e pontos de pregação africanos, disse: 

- "Irmão, não temos mais líderes e estamos em apuros!" 

- "Já tiveram líderes antes?"

- "Ah sim! Tivemos cinco!"

- "E o que aconteceu?"

- "Dois morreram, dois já estão bem idosos e um foi-se embora."

- "Eles não eram os seus líderes!"

- "Claro que eram!"

- "Não, não eram os seus líderes!", insisti.

- "Mas irmão, como pode dizer isso? Eles eram nossos líderes amados! Nós os seguíamos!", contestou ele.

- "Eles não eram seus líderes", expliquei, "eram seus gerentes! Se tivessem sido líderes teriam, desde o princípio, iniciado um processo de desenvolvimento de liderança em sua missão e denominação, em lugar de apenas prepararem diplomados em 'teologia'. Teriam ajudado a fazer nascer, crescer, equipar e capacitar uma nova liderança. Assim não estariam a passar pela crise que agora atravessam. Você e muitos dos seus colegas estariam a preencher essas lacunas na liderança!"

Um profundo silêncio caiu sobre o grupo, pasmo com a ideia da traição por parte dos seus "líderes amados". A seguir, em desespero, ele pediu ajuda e perguntou: 

- "Como poderemos mudar esta situação? Precisamos de líderes hoje!"

- "Vocês não irão tê-los hoje! Mas devem hoje dar início ao processo e talvez, num mínimo de dois anos, começarão a ver um líder surgir aqui, outro ali, alguns crescerem em outro lugar, passando a ver então, algumas soluções para o seu dilema e crise!"

Um ano mais tarde recebi um retorno bastante positivo daquele porta-voz e de vários de seus colegas ("líderes em formação") que haviam participado do curso. Dois deles ministraram o mesmo curso a 89 pessoas. Começaram a ocupar as posições de liderança dentro da denominação.

Sem comentários:

Enviar um comentário