sexta-feira, 30 de outubro de 2015

cristianismo revolucionário

A Revolução Francesa (1789) provocou uma viragem na história da Europa e do mundo, em finais do século dezoito. Inspirados na Revolução Americana (1775-1783), os franceses elegeram como lema da revolução os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade.

Todavia, dezassete séculos antes já S. Paulo tinha sistematizado as bases da fé cristã onde incluiu tais conceitos.

Com efeito, escreveu à comunidade cristã de Corinto (II Coríntios 8:14), a propósito da colecta de amor para acorrer à necessidades dos cristãos pobres da Judeia, preconizando alguma forma de “igualdade” na contribuição, tendo em conta as posses de cada um (8:12).

Já a ideia de Liberdade está plasmada em inúmeros textos paulinos, embora sempre com ênfase no plano espiritual, que é o mais importante. “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36), ou ainda “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” (Gálatas 5:1).

Quanto à Fraternidade, talvez não se encontre passagem neotestamentária mais eloquente do que a introdução da oração que Jesus ensinou: “Pai nosso”, não “Pai meu”. Ou seja, um Pai Celestial que é de todos aqueles que o invocam e aceitam, e que assim se colocam a si mesmos na semelhante condição de irmãos. A suprema fraternidade.

Assim, os ideais que precederam o mundo moderno, a coesão social, a solidariedade e os direitos da pessoa humana, na realidade não foram inventados pelo Iluminismo mas sim pelo Cristianismo, que lhe está a montante. Só não o sabe quem realmente ignora as bases da fé cristã.

E são muitos.

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