domingo, 25 de maio de 2025

o poder dos pais que oram (resumo) - parte 1


Confesso que uma das coisas mais complicadas é ler um livro, sem tirar apontamentos que possam servir de ensino. A forma que encontrei para ajudar-me a ler mais, é escrever. Pelo que, aqui seguem os apontamentos que fui fazendo do livro "O poder dos pais que oram". Ao colocar online obriga-me a ser um praticante do que estou a escrever, porque que adiante ler, escrever, e colocar para outros leres, e não praticar? Espero que seja de bênção para as vossas vidas, como de certeza será na minha vida, e na vida da minha família!

As orações dos pais resultam em uma grande e maravilhosa mudança na vida dos filhos, como os pais e os filhos nunca imaginaram que possa acontecer. As orações dos pais funcionam. Não funcionam sempre, mas mesmo quando essas orações não são respondidas de imediato, o facto de orar ou ser alvo de oração faz com que o filho se sinta melhor.

"Derrama o teu coração como água perante o Senhor; levant a Ele as tuas mãos, pela vida dos teus filhinhos" (Lamentações 2:19)

É a melhor das tarefas. É também a mais difícil das tarefas. Os pais e as mães tentam fazer o melhor possível para criar os seus filhos. Os pais pisam terreno desconhecido à medida que deparam com novas faixas etárias e novas etapas com os seus desafios próprios. Às vezes encontram tempestades e ondas gigantescas. Algumas vezes sentem-se cansados que têm vontade de desistir. 

Nunca seremos pais perfeitos. Em cada estágio da vida dos nossos filhos, eles precisam e serão grandemente beneficiados por nossas orações. Dando um passo de cada vez, temos de apresentar cada detalhe da vida dos nossos filhos em oração. 

Jamais subestime o poder dos pais que oram. Sem Deus estamos destinados a repetir os erros do nosso passado e imitar o que observamos.

Não é possível vigiar os nossos filhos 24 horas por dia, mas temos alguém que pode fazer isso por nós! Podemos entregar a vida dos nossos filhos diariamente a Deus. Esta entrega não significa que iremos abdicar da nossa responsabilidade como pais, mas sim que iremos trabalhar em total parceria com Deus.

Como pais, parte importante da nossa tarefa é apresentar em oração os detalhes da vida dos nossos filhos.

Deus nunca promete que nunca acontecerá algo menos bom com os nossos filhos, mas a oração liberta o poder de Deus para operar na vida deles, e, no decorrer do tempo, podemos desfrutar de mais paz nesta parceria divina.

O poder de Deus penetra na vida dos filhos quando os pais oram.

Quando oramos, reconhecemos e experimentamos a presença de Deus, e pedimos que Ele esteja presente em nossas vidas e circunstâncias. É buscar a presença de Deus e libertar o poder que Ele nos dá para superar qualquer problema.

De acordo com Mateus 18:18, Deus nos outorga autoridade na terra e, quando nos apossamos dela, Ele derrama o Seu poder sobre nós. Quando não oramos, é como se disséssemos que não precisamos de nada além de nós mesmos. Orar em Nome de Jesus é a chave para receber o poder de Deus (João 16:23). Orar em Nome de Jesus nos dá autoridade sobre o inimigo e prova que temos fé em Deus para agir de adorco com as Suas promessas.

Orar não só produz efeito em nós, mas também influencia as pessoas pelas quais oramos. Ás vezes podem demorar dias, semanas, meses, e até anos, mas as nossas orações jamais são perdidas ou sem sentido (Tiago 5:16)!

Creia no poder da oração! E saiba que os detalhes de nossa vida são importantes para Deus. Não basta orar apenas pelas preocupações do momento; precisamos orar pelo futuro e contra as influências de acontecimentos do passado. 

Peça a Deus que oriente como orar por cada filho nos próximos meses. Deus é o único que realmente sabe o que os seus filhos precisam e quais os desafios que enfrentarão no futuro. A Bíblia diz: "A intimidade do Senhor é para os que O temem" (Salmo 25.14).

A batalha pela vida dos filhos é travada em oração, e não há nada melhor do que proclamar a Palavra de Deus em nossas orações. Por isso, quando estiver a orar por seus filhos, inclua versículos apropriados da Bíbilia em suas orações. Ex.: Filipenses 4:13; Salmo 24:17.

Sempre que orar por seus filhos, faça-o como se estivesse a interceder pela vida deles. Deus tem um plano perfeito para a vida dos seus filhos, mas Satanás também tem um plano para eles: destruí-los. Mateus 12:29 - Através das nossas orações podemos também proibir que ele ataque a vida dos nossos filhos.

É claro que Satanás pode causar muito dano se não ensinarmos os caminhos e a Palavra de Deus aos nossos filhos, se não os ajudarmos a respeitar as Leis de Deus, e se não os disciplinarmos, orientarmos e ajudarmos a fazer opções santas (Provérbios 22:6).

A oração e a instrução adequada nos caminhos e na Palavra de Deus vão garantir que estas coisas não aconteçam e que o plano de Deus vença - não o de Satanás (Tiago 4:7). Se estivermos armados com as Escrituras, ele terá de contender com a Palavra de Deus.

Os filhos que optam por andar longe do "guarda-chuva" das bênçãos de Deus estão expostos a todo o tipo de mal. Os nossos filhos podem tomar decisões erradas, e iráo colher as consequências dessas más decisões. Se o seu filho fez escolhas erradas, não se culpe nem pare de orar. Mantenha aberto o canal de comunhão com ele, continue a interceder e proclame a Palavra de Deus. O seu combate não é contra o seu filho e, sim, contra Satanás (Salmo 18:37-39).

... continua ...

sábado, 17 de maio de 2025

No trono de Deus



SERÁ QUE IDOLATRAMOS ALGO OU ALGUÉM SEM PERCEBERMOS?

É complexo falar de idolatria com todo o mundo a pensar em "pedaços de madeira" que têm ouvidos mas não ouvem, e têm pés mas não andam (Sl 115:5-7). Sinceramente, assim não teria sentido ler 1Jo 5:21: "Filhinhos, guardar-vos dos ídolos". Entretanto, quando deixamos de lado os aspectos ritualista ou materialista da idolatria, deparamo-nos com verdades espirituais que chegam a ser assustadoras em nossos dias.

Quando admiramos de forma fanática os cantores os shows gospel, quando observamos a imitação de estilos de pregação de evangelistas famosos, quando vemos uma avó "apaixonada pela netinha linda" e um "cuidadoso" dono de veículo novo a chorar o pequeno arranhão, não podemos deixar de pensar sobre a moderna idolatria: o ídolo dentro do nosso coração.

Uma das mais fortes e inesquecíveis cenas de idolatria na Bíblia é a do bezerro de ouro, narrada em Exodo 32. A cena chega a doer, grotesca e blasfema que é. Ficamos perplexos com a atitude de Arão. Observe: Moisés, "como sempre", estava demorado. O povo já estava inquieto, e de inquieto, o povo sentiu-se inseguro. A insegurança assolou aquelas pessoas porque elas confiavam na presença de Moisés - e não na presença de Deus. O povo não descansa em Deus, mas quer uma providência divina.

Observamos que a idolatria surgiu da incerteza, da falta de confiança em Deus, do depositar a confiança no que se vê. Neste acontecimento, eles perguntavam: "Onde está Moisés?" Como Moisés tardava em descer do monte Sinai, o povo fez um bezerro de ouro para crer e adorar.

Na verdade, essa forma de liderar o povo tem-se proliferado. "Para quê consultar a Deus? É mais fácil copiar os modelos que estão a surgir!", pensam alguns. Este pensamento não teria sido resultado da aparência sumptuosa do sucesso ministerial de alguns? Essa aparência é, sem dúvida, a base da idolatria, pois reduz a glória de Deus em "semelhança de" (Rm 1:23). E é essa "semelhança de" que substitui a pessoa de Deus. Pensamos assim: "Ora, se há (ou se temos)... é porque Deus está connosco". Ou, na linguagem de Ex 32, "se há um deus, nem que seja um bezerro, nos sentimos melhor, estamos seguros."

Queremos frutos? Sim. Os frutos são traduzidos em sucesso material? Não necessariamente, mas quase sempre necessariamente não!

Nos dias de hoje é meio improvável imaginarmo-nos, cristãos que somos, prostrados em adoração diante de um "pedaço de madeira". Contudo, é bastante comum vermos coisas e pessoas tomando o lugar de Deus em nossa vida ou coração. Afinal, porque tanto apelo à prosperidade material? Evidente é que nós queremos o visível, queremos o palpável, queremos o que é certo e seguro, não um Moisés que não sabemos o que lhe sucedeu! Atentar para o que é visível é desobedecer a recomendação de Paulo em 2Co 4:18, pois as coisas que se vêem não são eternas. Assim é fácil: se for para viver por vista, nem precisa ser crente!

Vamos pensar um pouquinho: "Meu apartamento. Meu carro. Meu emprego. Meu sucesso. Meu filhos. Meu... meu... meu... Parece-me não ser difícil ver que Deus foi substituído por coisas palpáveis, coisas que nós controlamos. Deus ficou de lado, foi troca por coisas temporais, passageiras. Não será essa a forma moderna e a mais sorrateira de idolatria?

O apóstolo Paulo afirma em Cl 3:5 que avareza é idolatria. Interessante, não é? Querer reter, segurar, não abrir mão é entronizar o objecto, tornando-o ídolo.

Poderíamos mencionar algo sobre os aspectos psicológicos do apego a alguém ou a alguma coisa. Quem sabe uma neurose, uma fuga, uma sublimação. Talvez projectamos naquele ou naquilo uma série de desculpas. Para Deus, inquestiona-velmente, ou Ele é o centro ou não existe Ele! Ou Ele é o único ou Ele nem está: a sua glória, Deus não dá a ninguém! (Is 42:8). Por isso é que não dá para falar em "um pé na igreja e outro no mundo". Onde já se viu Deus aceitar a metade? Dividir a casa com o maligno?

É triste, mas parece que a media materialista e consumista está a funcionar contra a Igreja do Senhor. Quantos caíram no "conto do vigário", deixando de almejar e lutar por ideais, alvos espirituais, carácter, enfim, por valores não-materiais. Na linguagem de Hb 12:3,4, cansaram sem terem ainda resistido tudo o que podiam. Com a atual sobrecarga dos media e a tão pouca conspiração cristã, fica difícil indentificar como enveredar pelo melhor caminho.

Francamente quando assumiremos que não somos deste mundo? Em 1Tm 6:7 diz que nada trouxemos para este mundo e nada podemos daqui levar. Precisamos lutar contra toda a idolatria, toda sobrevalorização de tudo que esteja a conspirar contra o lugar devido somente a Deus.

Quem quiser ganhar aqui esta vida, vai perder a que tem mais importância: a vida eterna. Lembro ainda a conhecida lição de Abraão: por mais importante que a coisa ou a pessoa seja para nós, o seu lugar é em cima do altar, a exemplo de Isaac, que foi ofertado a Deus, como sacrifício. Esposa, mãe, neto, cão, carro, casa, profissão, o que for: o lugar é no altar, nunca no coração. Se estiver no lugar errado, é ídolo.

Nils Alberto de Gusmão Bergsten

quinta-feira, 1 de maio de 2025

8 razões a favor de um estilo de vida saudável

                              

1 - Mostrar respeito pela Criação de Deus. Os nossos corpos não foram criados para uso e abuso de alimentos e outras substâncias nocivas ao corpo.

2 - Contribuir para um melhor estado de saúde e reduzir o risco de contrair doenças e infecções, tais como o cancro e doenças do coração.

3 - Assegurar que mais áreas habitacionais sejam livres de poluição nociva.

4 - Assegurar a protecção das crianças e jovens o seu dia-a-dia na sociedade.

5 - Influenciar o comportamento de todos os que bebem álcool e encorajá-los a reduzir o seu consumo.

6 - Reduzir globalmente o consumo de álcool, e deste modo diminuir o número de consumidores excessivos.

7 - Através da solidariedade ajudar os que são dependentes do álcool, a ultrapassar os seus problemas.

8 - Contra-atacar os cínicos estratagemas da indústria da cerveja e desliladores que anunciam e vendem bebidas alcoólicas.

Fonte: Cruz Azul da Noruega


sexta-feira, 18 de abril de 2025

a morte de jesus cristo, na perspectiva de um médico cirurgião



Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por 13 anos vivi em companhia de cadáveres e durante minha vida estudei anatomia a fundo. Posso, portanto escrever sem presunção a respeito de uma morte como aquela. Jesus entrou em agonia em Getsemani e seu suor tornou-se sangue a escorrer pela terra. O único evangelista que relata o fato é um médico, LUCAS. E o faz com a decisão de um clinico.

O suar sangue ou "hematidrose", é um fenómeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais. Para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angustia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens (inclusive os seus) devem ter esmagado Jesus.

Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob suas glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo corpo até a terra. Conhecemos a farsa do processo do Sinedrio Hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate do procurador Romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma pilastra do pátio. 

Então da-se inicio a tortura de Jesus, a flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixados bolinhas de chumbo e pequenos ossos. 

Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com grandes chibatadas a pele, lembre-se que a pele de Jesus já estava alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. Devido a este tipo de tortura a pele de Jesus se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage com um sobressalto de dor.

As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira de vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. E mais se Jesus não estivesse preso pelos pulsos cairia numa poça de sangue. Depois o escarnário da coroação. Com longos espinhos, mais duros que acácia, os torturadores entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (sabendo que a cabeça é uma das partes mais sensíveis do corpo e o couro cabeludo é à parte que mais sangra no corpo).

Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado a multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheia de pedregulhos. Os soldados o puxam com cordas. O percurso é cerca de 600mts. Jesus, fatigado, arrasta um pé após outro, frequentemente cai sobre seus joelhos. E os ombros estão cobertos de cagas que significa feridas. Quando Ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.

Sobre o calvário tem inicio a crucificação. Os carrascos despem o condenado, mas sua túnica está colada nas feridas e tira-la produz uma dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida sabe muito bem do que se trata. Cada fio de tecido adere a carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descobertas pelas feridas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma sincope, mas ainda não é o fim.

O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas feridas incrustam de pedregulhos. Colocam-no no braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas.

Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos.

Os carrascos pegam um prego (um longo prego, com sua ponta quadrada), apóiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de marreta o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo meridiano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro.

A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma sincope e faz perder a consciência.

Em Jesus não. O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplicio que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado depois em pé; conseqüentemente fazendo tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical.

Os ombros da vitima dolorosamente sobre a madeira áspera.

As pontas cortantes da coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa impede dele apoiar-se na madeira.

Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam as pontadas agudas de dor.

Pregam-lhe os pés. Ao meio dia Jesus tem sede. Não bebeu nada desde a tarde anterior.

Seu corpo é uma mascará de sangue. Sua boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida acida, em uso entre militares.

Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam de tetânica, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra como um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus não respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim cianótico.

Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem se se esvaziar.

A fronte é impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Mas o que acontece?

Lentamente com um esforço sobre humano, Jesus toma ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tensão dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça.

Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Será que você consegue imaginar algo parecido?

Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxota-las. Pouco depois o céu escurece, o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui. Logo serão três, depois de uma tortura que duras três horas. Todas as suas dores, a sede, as câimbras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?"

Jesus grita: "tudo está consumado". E em seguida num grande brado diz: "Pai nas tuas mãos entrego meu Espírito". E morre em seu lugar e no meu também

Pierre Barbet (1884-1961)

terça-feira, 8 de abril de 2025

desafiando o medo



Desde a criação do Homem, o medo é um sentimento que se faz presente. Depois de ter desobedecido a Deus, Adão sentiu medo (Gn 3:9,10).

As primeiras manifestações de medo aparecem logo após o nascimento. Inicialmente, ele se constitui numa defesa da própria natureza para a preservação da pessoa, mas pode chegar a ser uma terrível barreira ao desenvolvimento saudável da personalidade. É fundamental considerarmos os nossos medos e identificá-los para termos condições de vencê-los, lembrando que devemos contar com a ajuda imprescindível de Jesus nesta difícil tarefa.

Vamos direccionar esta reflexão para os medos que a partir das nossas preocupações ganham forma e interferem diretamente a nossa maneira de agir e ser. Para comprendermos melhor os fenómenos que podem nos atingir, veremos, de maneira simples, alguns termos:

Medo - É o temor específico, concreto e objectivo perante algo que, de alguma forma, aproxima-se de nós, trazendo inquietude e alarme. É a percepção de um perigo real que nos ameaça, como é o caso de uma esposa que está com muito medo porque o seu marido perdeu o emprego. "O que acontecerá agora?", pensa, em sinal de preocupação.

Ansiedade - É o estado subjectivo de temor ante algo abstrato vago, indefinido. Caracteriza-se por uma sensação de alerta, um sentimento forte com expectativa de que o pior vai acontecer. É o que acontece, por exemplo, com aquela mãe que procura fazer o melhor para os seus filhos e ainda assim fica muito ansiosa por doenças ou acidentes que poderão ocorrer a eles. Esses pensamentos são, às vezes, tão intensos que levam a mãe à angústia extrema.

Angústia - É o temor vago, abstracto, que se percebe pelo padecimento intenso, desconsolo e agonia. Trata-se de situações de iminente desgraça ou perigo.

Assim, numa interpretação quantitativa dos fenómenos, encontramos níveis de desassossego e de crescente comprometimento com esses sentimentos.

A ansiedade antecipada corresponde ao medo do medo. O medo propriamente dito não está em enfrentar as situações tão "temidas", mas em enfrentar sintomas físicos e psicológicos desagradáveis que foram vividos intensamente. O medo é de que eles voltem a se manifestar. Situações adversas, causadoras de crise de pânico, acabam por criar condicionamento, que por sua vez podem levar o estado fóbico. Para exemplificar este tipo de ansiedade podemos citar o caso de uma mulher que foi ameaçada de assalto ao parar o seu carro um semáforo de cruzamento Na ocasião, ela teve muito medo e sentiu um mal-estar com forte diarreia. Agora, sempre que precisa passar pelo cruzamento, ela sente medo do mal-estar e da diarreia.

Algumas pessoas, certas de que estão acometidas do chamado síndrome do pânico, buscam tratamento psicológico. Porém, nem sempre o que estão de facto a vivenciar é caracterizado como tal. O auto-diagnóstico é perigoso. O síndrome de pânico, bem como a ansiedade e angústia exageradas, merecem a atenção de um médico especialista para uma avaliação correcta e tratamento adequada.

Em nosso dia-a-dia nos deparamos com situações novas. E muitas vezes não sentimos segurança para agir acertadamente. Esta insegurança pode ter origem na infância. Como pais, preparamos a criança para encarar as situações novas como desafios. Nossos filhos precisam desenvolver bases sólidas espirituais, mentais, físicas e emocionais através de palavras, mas sobretudo através do que é vivenciado em casa. Dependendo de como criamos os nossos filhos, estaremos formando futuros adultos sobressaltados, inquietos e inseguros, já que a personalidade foi marcada por experiências emocionais intensas de medo, ansiedade e angústia. Para conseguirmos algo das crianças, por exemplo, utilizamos argumentos que produzem medo: "Se não comeres toda a comida, o «bicho papão» vem pegar-te!" No entanto, devemos ensiná-lasa crer em Jesus, contando a elas histórias dos heróis bíblicos, que venceram porque confiaram no poder de Deus.

Reconhecermos a nossa limitação, aceitando o cuidado do Senhor para a nossa vida é a receita ideal para vencermos o medo. A Bíblia é rica em exemplos de circunstâncias difíceis e embaraçosas, em que os homens perceberam o alto valor de depositar toda a confiança somente em Deus. Todos contemplaram a vitória sobre o medo.

"Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me!" (Mt14:30). O apóstolo Pedro, sentiu grande medo, pois estava a afundar no mar. Soube, no entanto, recorrer à pessoa certa: Jesus! Bastou fixar os olhos no Mestre para que tivesse vitória. O medo, a ansiedade, e a angústia, persistem sempre que os nossos olhos estão fixos nos problemas e  situações que nos apavoram.

Vamos experimentar fixar os nossos olhos em Jesus, ou seja, confiar no seu poder ilimitado e abrangente para atuar em qualquer circunstância assustadora. "Lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" (1Pe5:7). É preciso crer, entregar tudo ao Senhor, esperar e descansar na certeza de que Ele nos ouve (Sl 37:5). A Palavra, em Fp 4:6 adverte-nos a não estarmos inquietos por coisa alguma, mas, através da oração, fazer conhecidas a Deus todas as nossas necessidades.

Artigo escrito por Sónia Pires Ramos 

Revista Seara, Setembro 1998, p. 27

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Deus tem algo a dizer



"As ovelhas ouvem a voz [do Pastor] e a atendem, e ele chama suas próprias ovelhas pelo nome e as traz (as conduz) para fora." -- (João 10:3, The Amplified Bible)

Nunca tenha tanto medo de cometer um erro a ponto de perder a alegria de agir de acordo com a voz do Senhor. Em vez disso, confie na liderança do Espírito Santo e deixe que Ele lhe mostre como. Ele começará falando com você sobre as pequenas coisas em sua vida e, à medida que você se acostumar a ouvir e obedecer, Ele falará com você sobre coisas mais importantes.

Quando aceitamos Jesus como Senhor, é natural que não tenhamos ideia de como ouvir Deus. Nossos espíritos ainda não estão treinados para distinguir a Sua liderança. Mas, como a Bíblia prometeu que poderíamos fazer isso, ao ter tempo de oração e estudo bíblico passamos a ouvir a direção de Deus.

O maior erro que você pode cometer é ter medo de seguir esse testemunho interior que é a maneira número um pela qual Deus guia todos os Seus filhos (Rm 8:14). Então não tenha medo. Tire um tempo para ouvir hoje. Espere ouvir em seu espírito. Deus tem algo a lhe dizer.

LEITURA DAS ESCRITURAS: 1 Coríntios 2:6-16

domingo, 6 de abril de 2025

criados para louvar


"Todo ser vivo louve ao Senhor. Louvai ao Senhor." (Salmo 150:6)

Fomos criados para louvar a Deus. Algumas pessoas não sabem disso. Quando o culto de louvor começa, elas se sentam e dizem: "Não me sinto confortável com todo esse canto e gritos. Acho que louvor não é minha praia." Sim, é! De acordo com a Bíblia, se você respira, você foi feito para louvar.

E não tente escapar dizendo: "Bem, eu tenho louvor no meu coração." Isso não é o suficiente. A Palavra diz que você precisa tê-lo em sua boca também! (Sl 34:1) O Salmo 132:9 diz: "Que os teus santos gritem de alegria." Você não pode gritar e ficar quieto ao mesmo tempo.

Quando você começa a louvar de verdade, pode parecer estranho para você, mas se você continuar, isso se tornará um estilo de vida. Por quê? Porque o louvor faz com que a glória de Deus se manifeste em sua vida. Ele faz com que você ande na luz do Seu semblante (Sl 89:15). Ele iniciará um reavivamento dentro de você!

"Mas, se eu começar a louvar assim, as pessoas vão pensar que sou algum tipo de fanático."

Bem, ótimo! Você sabia que todo reavivamento na história foi iniciado por pessoas que o mundo considerava fanáticas absolutas? Deus faz as coisas de forma diferente do mundo. Então, quando você deixa de lado suas inibições e começa a deixar Seu Espírito operar através de você, você vai parecer estranho para aqueles que são estranhos aos Seus caminhos... mas você vai parecer maravilhoso para o Senhor!

E, a propósito, não pense apenas em louvá-Lo na congregação. Louve-O em seu próprio tempo de oração particular e ao longo do seu dia. Aprenda a manter uma atitude de louvor e gratidão. Quando o louvor se torna natural para você em sua própria vida privada, não será difícil louvá-Lo no meio da congregação.

Você está ansiando por um reavivamento da presença de Deus em sua vida? Você está cansado de apenas ouvir sobre as manifestações gloriosas de Seu poder no passado? Então abra sua boca e seu coração e faça o que Deus o criou para fazer. Louvor!

LEITURA DAS ESCRITURAS: Salmo 150