CRISTÃOS TÊM EXERCIDO INFLUÊNCIA POSITIVA SOBRE GOVERNOS AO LONGO DA HISTÓRIA
O historiador Alvin Schmidt destaca como a propagação do cristianismo e a influência cristã sobre o governo foram as principais responsáveis pela criação de leis contra o infanticídio, o abandono de crianças e o aborto no Império Romano (em 374 d.C.); contra lutas brutais até à morte nas quais milhares de gladiadores morriam (em 404 a.C.); e contra a pena cruel de marcar com ferro em brasa o rosto de criminosos (em 315 a.C.). Também tiveram influência na realização de reformas nas prisões, como a separação de prisioneiros do sexo masculino e feminino (em 361 a.C.); no fim da prática de sacrifícios humanos entre os irlandeses, prussianos e lituanos, bem como entre outras nações; na criação de leis contra a pedofilia; na criação de leis que davam direito de propriedade e conferiam outras proteções às mulheres; na proibição da poligamia(ainda praticada hoje em dia em alguns países muçulmanos); na proibição de queimar vivas mulheres viúvas na Índia (em 1829); e no fim da prática dolorosa e deformadora de enfaixar os pés de meninas na China (em 1912). Contribuíram ainda para persuadir oficiais do governo a começar um sistema de escolas públicas na Alemanha (no século 16) e para promover a ideia da escolarização obrigatória de todas as crianças em vários países europeus.
Ao longo da história da igreja, os cristãos exerceram influência decisiva na oposição à escravidão e, em muitos casos, em sua abolição do Império Romano, da Irlanda e de grande parte da Europa (embora Schmid observe com franqueza que uma minoria de mestres cristãos "equivocados" apoiou a escravidão em diversos momentos da história). Na Inglaterra, William Wilberforce, cristão devoto, liderou um movimento bem-sucedido para abolir o comércio de escravos e, posteriormente, a própria escravidão em todo o Império Britânico em 1840.
Nos Estados Unidos, embora houvesse defensores veementes da escravidão entre os cristãos do sul, seu número era excedido em muito pelos cristãos abolicionistas que se empenharam em falar, escrever e atuar constantemente contra a escravidão. Schmidt observa que dois terços dos abolicionistas norte-americanos em meados da década de 1830 eram pastores cristãos, e oferece inúmeros exemplos de forte compromisso cristão de vários dos mais influentes antiescravagistas, como Elijah Lovejoy (o primeiro mártir abolicionista), Lyman Beecher, Edward Beecher, Harriet Beecher (autora da obra A Cabana do Pai Tomás), Charles Finney, Charles T. Torrey, Theodore Weld, William Lloyd Garrison, e outros, numerosos demais para se fazer menção. O movimento norte-americano em favor dos direitos civis, que resultou em leis contra a segregação e a discriminação raciais, foi liderado pelo reverendo Martin Luther King Jr. e apoiado por diversas igrejas e grupos cristãos.
Também houve forte influência de ideias cristãs e de indivíduos cristãos na formulação da Magna Carta na Inglaterra (1215), bem como na Declaração de Independência (1776) e na Constituição (1787) dos Estados Unidos. Esses são três dos documentos mais relevantes na história dos governos na terra, e todos os três apresentam sinais de influência cristã expressiva nos conceitos fundamentais de como os governos devem funcionar. Esses alicerces dos governos britânico e norte-americano não vieram a existir como resultado da visão de que os cristãos devem se dedicar ao evangelismo, e não à política.
Schmidt argumenta, ainda, que vários elementos específicos de visões modernas de governo tiveram forte influência cristã em sua origem e impacto, como os direitos humanos do indivíduo, a liberdade individual, a igualdade de todos perante a lei, a liberdade religiosa e a separação da Igreja e Estado.
(GRUDEM, Wayne. Política Segundo a Bíblia. Vida Nova. São Paulo: 2014. Págs. 67-69).
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