sábado, 6 de julho de 2019

Conheça a origem dos filisteus, mencionados na Bíblia

Ninguém que conheça a narrativa histórica da Bíblia terá dificuldade em lembrar os constantes conflitos entre israelitas e filisteus, que ocupavam parte da terra prometida aos israelitas, com especial ênfase no desproporcional duelo entre o jovem israelita David e o gigante filisteu Golias, e que o futuro rei de Israel ganhou com o simples lançamento de uma pedra contra a testa do inimigo que constantemente provocava o exército de Israel.

Os leitores da Bíblia estão assim bem familiarizados com aquele povo filisteu, sempre atacando e prejudicando Israel no seu direito à posse da Terra da Promessa. 
Segundo o relato bíblico, os filisteus ocupavam há 3 mil anos as cidades de Asquelon, Gaza, Ashdod, Gat e Ecron, tendo os israelitas de lhes pagar taxas anuais, não podendo ainda carregar quaisquer armas. Foram os reis Saul, o seu filho Jónatas, David, e Ezequias, para além de Josué e Sansão os grandes heróis que conseguiram durante algum tempo derrotar estes invasores filisteus. 

MENCIONADOS 286 VEZES NA BÍBLIA

A palavra hebraica para filisteus - "Plishtim" - está mencionada 286 vezes na Bíblia. Só que, deu-se um súbito desaparecimento das menções a este povo, julgando-se que tenham desaparecido sem deixar qualquer rasto, excepto algumas peças de cerâmica. Os filisteus não são mencionados na Bíblia como um dos povos a serem erradicados de Canaã, também não são mencionados entre as 10 nações que os descendentes de Abraão deslocaram de Canaã, muito menos estão mencionados na lista das nações que Moisés disse que o seu povo iria conquistar. No Livro do Êxodo pode ler-se que Deus desviou os israelitas da rota que os levaria ao encontro com os filisteus à saída do Egipto.

POUCO CONHECIMENTO SOBRE AS ORIGENS

O que muito pouco se sabia até agora era a real origem daquela gente. Desde há muito que se vinha especulando sobre a sua origem de além mar, provavelmente da ilha grega de Creta. 
Novas descobertas agora confirmadas por uma equipa de arqueólogos e cientistas ligados ao "Instituto para a Ciência da História Humana Max Planck", sediado em Jena, Alemanha, liderados pelo pesquisador de genética arqueológica, e realizadas através do estudo dos genomas de 10 esqueletos de filisteus do antigo porto de Asquelon, e que ali viveram há 3.000 - 3.500 anos, vieram provar que os filisteus eram um povo de origem europeia que terão emigrado em massa para as regiões costeiras do actual Israel. 

A equipa foi ainda assessorada por pesquisadores do "Wheaton College", dos EUA, da Universidade Harvard, do Museu Semítico de Harvard, e ainda da Universidade de Munique, na Alemanha e da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul. 

NOVAS DESCOBERTAS

Estas novas descobertas, resultantes do trabalho arqueológico conduzido por peritos ao longo de décadas foram agora publicadas na revista "Science Advances", sob o título: "Antigo ADN traz luz sobre as origens genéticas dos filisteus da antiga idade do bronze."

Estas pesquisas apoiam a hipótese de uma alteração cultural iniciada por uma grande migração de um povo geneticamente distinto - provavelmente um grupo de navegadores europeus - até Asquelon, e aponta para as potenciais explicações sobre o facto de esta região ter sofrido uma dramática mudança cultural durante a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro (12º século a.C.)

"Fizemos a sequência dos genomas de pessoas que viveram há 3.000 anos na cidade filisteia de Asquelon" - afirmou a equipa num video, acrescentando: "Nos séculos 12 e 13 a.C., os impérios colapsaram. A maior parte da civilização entrou em colapso. Cem anos depois, quando as pessoas acordaram, viam um mundo completamente diferente. Um dos grupos que notaram foram os filisteus. Eles eram os grandes inimigos dos israelitas. De onde é que eles vieram? Que lhes aconteceu?"

Os filisteus desapareceram de facto por volta do ano 800 a.C.

A partir daí, não se encontrou mais genética de filisteus naquela região de Israel. 

ORIGEM EUROPEIA

A evidência do ADN nos esqueletos examinados demonstraram origens que anteriormente não se visionavam: "Detectámos que uma porção substancial da sua ancestralidade derivou de uma população europeia. Os predecessores dos filisteus devem ter atravessado o Mar Mediterrâneo e alcançado Asquelon no final da Idade do Bronze, ou no início da Idade do Ferro."

Já no início do século XX arqueólogos haviam verificado que alguns estilos da cerâmica filisteia nas cidades ocupadas pelos filisteus se identificava com o estilo da época da antiga Grécia. 

O ADN dos esqueletos comprovou assim que os filisteus tiveram uma origem diferente dos povos que já anteriormente viviam naquelas regiões, sugerindo assim uma "invasão" de povos do exterior, tal como se encontra narrado na Bíblia.

Pensa-se assim que os filisteus terão tido origem nas regiões do Sul da Europa, talvez nos então conhecidos "povos do mar." Segundo muitas opiniões, a origem terá sido a ilha grega de Creta.

A verdade é que pouco ou nada restou do ADN filisteu no período da Idade do Ferro. 

NADA A VER COM OS PALESTINIANOS

Estas descobertas comprovam mais uma vez a mentira da alegada ligação dos filisteus aos modernos palestinianos. É uma narrativa viciada e alimentada pela mentira conveniente aos palestinianos e a todos aqueles que tentam por tudo negar qualquer ligação do povo judeu à sua Terra, alegando que os palestinianos seriam de facto descendentes dos antigos povos daquelas regiões. Uma mentira facilmente desmontada e evidenciada pelas descobertas científicas.

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