O mundo está a mudar - esta é uma afirmação verdadeira - mas talvez nunca tão rápido como nas últimas décadas, e nunca tão evidentes nos assuntos como moralidade e sexualidade.
A realidade é, nós como pais temos a obrigação de ensinar os nossos filhos, no meio desta cultura que é confusa, a terem valores firmes baseados na cosmovisão cristã e nos ensinos das Escrituras. Portanto, a pergunta óbvia é: Como nós, vivendo numa nova moralidade, expressaremos os ensinos das Escrituras e teremos uma vida baseada na moralidade bíblica que honre a Deus? Neste breve artigo, irei sugerir quatro coisas.
Primeiro, precisamos de lembrar que a nossa identidade está enraizada em Cristo. As crianças e adolescentes que vêem a sua identidade cristã como uma lista de regras e regulamentações que precisam de seguir a fim de manter Deus e os seus pais felizes, um dia irão rebelar-se contra essas regras, ou irão usar essas regras e tornam-se maus e juízes de outros (exemplo dos judaízantes e dos inquisitores). Em vez disso, se a sua identidade está enraizada em quem Jesus é e no que eles são em Cristo, poderão valorizar os ensinos das Escrituras e amar os outros que podem ter diferentes perspectivas no meio das mudanças culturais que estão a acontecer à nossa volta.
Segundo, precisamos de não ter vergonha ou ficar constrangidos em ensinar o que as Escrituras ensinam, mas devemos fazê-lo de forma que reconhece que é diferente da maneira como o mundo ensina. Nesta nova realidade cultural em que estamos a viver, precisamos de ter um grande entendimento da cosmovisão do que os cristãos acreditam e porque, um entendimento das Escrituras e o que elas ensinam e porque, e uma cosmovisão que diz às crianças e adolescentes "tu fazes essas coisas não porque são coisas que 'bons' meninos fazem mas porque nós somos seguidores de Jesus e vivemos de forma diferente em algumas coisas que o mundo vive."
Terceiro, devemos falar sobre a fragilidade do mundo, da nossa cultura, e de nós mesmos. A realidade é, se mantermos um padrão de superioridade moral, iremos conduzir nossas crianças ao desespero ou ao orgulho - desespero com o qual não conseguirão viver, ou orgulho naquilo que têm. Ambos são pecado, embora diferentes faces do pecado. Em vez disso, a melhor abordagem é ajudá-los a entender que todos pecamos e que todos lutamos contra o pecado.
Quarto, devemos quebrar a tirania da conformidade que é tão presente na vida das crianças. A coisa mais terrível pelo qual as crianças passam é ser diferente dos outros. É claro, que à medida que vai envelhecendo, ficam mais receptivos à realidade das mudanças. Mas, muitas crianças e adolescentes pensam como o antigo provérbio japonês: "um prego que se destaca é retirado", por isso eles esforçam-se para se encaixar. No entanto, isso não funciona com os cristãos. Então, procuremos versículos bíblicos que falem sobre brilharmos como luzes neste mundo e como podemos permanecer firmes no meio desta cultura de trevas (Filipenses 2.16). A ideia da conformidade não é um valor. Devemos sim ser conformados à imagem de Cristo.
Quinto e último, devemos partilhar com as crianças as nossas batalhas, falhas e fragilidades para que possam ver que somos pessoas imperfeitas que procuram seguir um Deus perfeito e Seus ensinos. A realidade é, temos feito coisas ou tido erros que talvez nossos filhos não saibam - que temos sido tentados ou até mesmo que temos sucumbido à tentação. Então quando for apropriado, devemos partilhar. Nós lutamos em diferentes tempos e de diferentes maneiras, mas somos seguidores que lutam no meio de um mundo quebrado.
Concluindo, o conselho deste artigo pode ser resumido numa coisa: ensine os seus filhos a entender que somos povo peculiar "para que possamos declarar a bondade daquele que nos chamou das trevas para a sua preciosa luz" (1Pe 2.9). Como povo peculiar devemos procurar o melhor caminho - o caminho enraizado em que nós somos in Cristo - que é seguro em quem Deus é e que Ele quer o nosso melhor.
Como nosso criador, portanto Ele conhece-nos, e porque nos conhece Ele deu-nos directrizes e direcções para conduzir-nos. Essas directrizes e direcções são dignas de serem vividas, e são diferentes do mundo.
No meio desta nova moralidade, nós voltamos à moralidade que está enraizada, não na história, mas na natureza do próprio Deus. Quem nós somos em Cristo molda como nós vivemos, e como nós vivemos é diferente do mundo à nossa volta.
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