Era uma vez um pequeno barquinho que,
com a ânsia de desbravar o mar, entrou em altas marés. As marés
eram tão altas e fortes que o barquinho ficou sem forças para
continuar, desiludido porque raramente encontrava marés calmas. De
tantos açoites que levou a pintura já estava danificada, e as
madeiras também estavam a precisar de reparação. Se ali
continuasse muito tempo, por certo seria desfeito e ali morreria.
Um dia um barco maior encontrou-o já
sem ânimo para continuar. Estava à deriva naquele mar, sem
conseguir saber para onde haveria de ir a fim de encontrar descanso.
Foi rebocado para o estaleiro. Ao chegar ao cais muitas mãos
repararam a sua pintura, novos motores foram aplicados, e recebeu
novas instruções a respeito dos perigos do mar. Passado algum tempo
ali, aquele barco já estava pronto novamente para sair e
aventurar-se no mar.
A única coisa que ele precisava fazer
era largar a corda que o prendia ao cais, e surfar alegre pelas ondas
do mar, e cumprir o propósito para o qual havia sido construído.
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