No passado dia 2 de agosto o Papa Francisco criticou as "leis sofisticadas da eutanásia", no seu primeiro discurso em Portugal no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), referindo-se também ao aborto. No Centro Cultural de Belém, em Lisboa, ao lado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e tendo na assistência o primeiro-ministro, António Costa, e outros ministros do seu Governo, o chefe de Estado do Vaticano considerou que a vida humana está colocada "em risco por derivas utilitaristas que a usam e descartam"
A 13 de maio, no Vaticano, o Papa afirmou: "Hoje estou muito triste, porque no país onde apareceu Nossa Senhora foi promulgada uma lei para matar. Mais um passo na grande lista dos países que aprovaram a eutanásia".
Infelizmente, num país que, apesar de ser laico, a maioria da sua população considera-se cristã, e seus políticos também considerarem-se cristãos, a cultura da morte avança em nossas terras!
A eutanásia envolve questões éticas, morais e humanitárias extremamente importantes. Decidir sobre o fim da vida de uma pessoa é algo que não pode ser tratado de ânimo leve, pois impacta não só o indivíduo, mas também suas famílias, amigos e toda a sociedade em que vive. A defesa e valorização da vida humana é um dos pilares da nossa nação.
E o absurdo aconteceu: o parlamento português aprovou a eutanásia.
A eutanásia foi despenalizada em Portugal, após percorrer uma trilha de sete anos, que atravessou três diferentes legislaturas.
Este foi o quarto projeto do Parlamento português para a despenalização da eutanásia, alterando o Código Penal. O tema já foi alvo de dois vetos políticos do presidente e de mais dois vetos na sequência de inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional.
No último veto, em abril (2023), o presidente Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos deputados que deixassem claro "quem define a incapacidade física do doente para autoadministrar os fármacos letais, bem como quem deve assegurar a supervisão médica durante o ato de morte assistida".
Entretanto, mesmo vetado pelo presidente, de acordo com a Constituição, perante um veto, o Parlamento pode confirmar o texto por maioria absoluta dos deputados e, nesse caso, o presidente tem de promulgar o projeto.
"Os portugueses deveriam ter sido chamados a se pronunciar sobre o tema, com a realização de um referendo nacional."
“Quem ficou prejudicado foi o povo português, impedido de se pronunciar sobre uma matéria de enorme sensibilidade, que não pode ser vista como mera questão médica, esquecendo as questões morais e de consciência”
Desde que a ditadura se dissolveu, o parlamentarismo português vem alçando ao poder quadros que oscilam entre a esquerda e o centro — caldo favorável à agenda progressista. E o cenário atual é ainda mais propício, com o primeiro-ministro, António Costa, do Partido Socialista, contando com a ampla maioria absoluta que o elegeu em 2022.
O tema da eutanásia foi objeto de muito debate e controvérsia em Portugal, mas o parlamento não quis ouvir a voz do povo, implantando a cultura da morte.
O Papa Francisco se encontrou com os jovens na Jornada Mundial da juventude e foi enfático quanto a este absurdo: "No mundo evoluído de hoje, tornou-se prioritário defender a vida humana".
Defenda a Vida!
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