sexta-feira, 30 de outubro de 2015

"nova" igreja


A igreja nas casas é a maneira de ser igreja que encontramos no Novo Testamento. Por meio das casas, a igreja existe de forma mais parecida com a igreja do século I. A casa é o lugar em que as pessoas são evangelizadas, discipuladas, equipadas para servir; é o lugar onde os membros se edificam mutuamente. As pessoas participantes servem como comunidade em que os cristãos podem prestar contas uns aos outros e manter total transparência entre si. 

Em Mateus 9.36 lemos que Jesus viu as multidões "como ovelhas sem pastor". Nos nossos dias, o problema na comunidade cristã é o mesmo. Geralmente um pastor é responsável por mais pessoas que ele consegue pastorear (acompanhar pessoalmente). Pouca atenção se dará às suas necessidades espirituais e pessoais. A Família de Cristo - a igreja -, funciona melhor quando cada cristão pode seguir os passos de alguém que está mais adiante, e que tem a vontade de ajudar aqueles que estão um pouco atrás. Assim se forma uma corrente de pessoas que se preocupam e cuidam umas das outras. Cada cristão é um sacerdote, dotado pelo e com o Espírito Santo, para edificação mútua (I Co 14.26). 

Os métodos que têm sido usados pelas igrejas têm produzido 'frutos' débeis e fracos em sua maioria. Os métodos que têm sido desenvolvidos para a evangelização, edificação e conservação dos 'frutos', mesmo que tenham produzido alguns frutos, observamos que não têm sido os mais correctos, nem os mais bíblicos. Se observarmos bem, a finalidade de todas as campanhas, é que as pessoas assistam as reuniões.

Para a edificação delas contamos com: a) escola dominical; b) pregação do Pastor; e nisto descansa toda a edificação delas. Os pontos débeis são: a) o trabalho é demasiadamente impessoal; b) depende de homens muito hábeis; c) é pouco eficaz na formação de novos lideres; d) não promove a participação de todo o corpo de Cristo. 

Notamos que os apóstolos sem campanhas de evangelização programadas, sem construir templos, sem criar seminários, obtinham resultados muito melhores que os nossos, tanto em qualidade quanto em quantidade. Não existia a imprensa, não podiam repartir bíblias, não haviam meios massivos de comunicação, não tinham veículos, gravadores, não contavam com uma missão estrangeira para sustentá-los, não tinham lugares para retiros espirituais, etc. 

Que segredo tinham para ter semelhante êxito? Qual era sua forma ou modo de trabalhar? Devemos voltar à nossa origem, devemos deixar nossos métodos e voltar à prática apostólica. 

1. Do reunionismo ao discipulado

O Senhor não disse: “Ide e fazei reuniões em todas as nações”, mas sim “fazei discípulos em todas as nações”. Tínhamos todo o tipo de reunião, de evangelismo, de oração, de estudo bíblico, de escola dominical, de senhoras, de senhores, de jovens, de adolescentes, de comissões, etc. Mas não tínhamos discípulos. Gastávamos nossas energia num sem número de actividades e não estávamos fazendo o essencial, formar discípulos.

Afinal tínhamos tantas reuniões que não tínhamos tempo para fazer outra coisa. Mas a mudança veio! Custou muito caro, porem mudamos! O ministério pastoral púlpito/congregação se modificou para um relacionamento discipulador/discípulo.

Isto significa entender que o nosso ministério principal consiste em concentrar-nos em poucos (Jesus tinha doze). Conhece-los, ama-los, dar-lhes nossa vida, nosso lar, conviver com eles, ser exemplos, abençoa-los, repreende-los, instruí-los, compartilhar suas cargas, chorar com eles, rir com eles, assumir autoridade, velar e ensinar sobre todas as áreas da vida, tais como, família, trabalho, sexo, carácter, negócios, estudos, oração, testemunho, etc.

“Fazer discípulos” significa formá-los, guia-los a maturidade e comissiona-los para que eles façam o mesmo com outros.

Reconheço que é mais fácil fazer 100 reuniões que formar um discípulo. Isto não significa que não fazemos mais reuniões, mas sim que fazemos menos reuniões com o fim de dedicar-nos a esta tarefa absorvente.

Observação: o ministério não se desenvolve através de reuniões, mas sim de relacionamentos. Jesus nunca foi homem de púlpito, era homem de relacionamentos, de convivência (Mc 3.14).

2. A igreja é formada por discípulos

Quero insistir sobre o evangelho que pregamos, pois é ele que irá produzir a classe de discípulos que queremos, ou seja frutos permanentes. A porta deve ser estreita, pois quem entrar não quererá sair pelos fundos.

Discípulos são aqueles que amam a Cristo acima de qualquer coisa, são mansos e dóceis ao ensino da palavra. Não são como cabritos, mas sim como ovelhas. É gente que frutifica, não é gente que se senta nos bancos para ouvir boas mensagens.

Jesus nunca apontou os sinais de poder e maravilhas como característica de seus discípulos, mas sim o amor. Há diferença entre sinal acompanhante e evidência que caracteriza. Embora Jesus tenha dito que os sinais acompanham os que crêem nele, não disse que a característica de um discípulo é que seja acompanhado por sinais, isto porque ele sabia que estes sinais de poder também seguiriam os que não eram seus discípulos (Mt 7.22-23; 1 Ts 2.9).

Quero que o poder carismático acompanhe o meu ministério, mas isto nunca será para mim, uma evidência que me caracteriza como discípulo de Cristo.

Somente o amor é uma característica definitiva.

O diabo pode imitar os sinais e prodígios, o esforço e a dedicação, o zelo e muitas outras coisas. Só não pode imitar o amor!

O discipulado está baseado nisto: um coração entregue ao Senhor.

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