sábado, 1 de março de 2025

muda de vida (parte 2)

Já compartilhamos sobre o facto de Ezequias ter escolhido seguir o exemplo de David ao invés do de seu pai Acaz, quando reinou sobre Israel. Ele se torna um exemplo para nós, pois também precisamos assumir a nossa identidade como filhos de Deus, em Jesus. Precisamos romper com o que está ao nosso redor e escolher os caminhos do Senhor para que possamos ser canais de bênção na nossa geração, assim como Ezequias o foi em Israel. 

No verso 29 do texto de II Crónicas, encontramos registados vários de seus actos como rei. Seu pai, Acaz, havia cometido toda a sorte de abominações perante o Senhor, e Ele começou as reformas naquilo que era o mais importante: “No ano primeiro de seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da Casa do Senhor, e as reparou. Trouxe os sacerdotes e os levitas, ajuntou-os na praça oriental, e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos agora e santificai a Casa do Senhor, Deus de vossos pais; tirai do santuário a imundícia. Porque nossos pais prevaricaram e fizeram o que era mal perante o Senhor nosso Deus, e o deixaram; desviaram os seus rostos do tabernáculo do Senhor, e lhe voltaram as costas. Também fecharam as portas do pórtico, apagaram as lâmpadas, não queimaram incenso nem ofereceram holocaustos nos santuários ao Deus de Israel. Pelo que veio grande ira do Senhor sobre Judá e Jerusalém, e os entregou ao terror, ao espanto e aos assobios, como vós o estais vendo com os vossos próprios olhos. Porque eis que nossos pais caíram à espada, e por isso nossos filhos, nossas filhas e nossas mulheres estiveram em cativeiro. Agora estou resolvido a fazer aliança com o Senhor, Deus de Israel, para que se desvie de nós o ardor da sua ira. Filhos meus, não sejais negligentes; pois o Senhor vos escolheu para estardes diante dele para o servirdes...” 

Há dois aspectos que eu gostaria de ressaltar neste momento. Ezequias convocou os levitas e os sacerdotes. Ser levita e sacerdote significa, em poucas palavras, ser separado por Deus para ministrar adoração a Ele, para interceder a Deus pelos outros e para cuidar das coisas do Reino de Deus. Sabemos que todos nós fomos feitos, em Cristo, ministros e sacerdotes, e que podemos adorá-Lo e entrar em Sua presença Santa em oração, em comunhão íntima. Quando Ezequias, portador desta mensagem de arrependimento e volta ao Senhor, abriu a sua boca, o próprio Deus tocou o coração daqueles homens, e eles atenderam ao seu chamado. 

Muitas vezes as pessoas temem abrir a boca contra uma situação errada ao seu redor. Mas se Deus é contigo, não há o que temer. É preciso obedecer ao clamor do Espírito dentro do teu coração. 

Algumas comunidades (igrejas) negligenciaram o queimar do incenso, que são as orações. Deixaram de oferecer os holocaustos, que é a adoração. Não sabem o que é orar de verdade, interceder a Deus. Não sabem o que é adorar a Deus, o que é ministrar ao Senhor como levitas e sacerdotes, que todos nós somos. Negligenciam essa nossa função; essa é a razão de tanta miséria espiritual e natural na vida das pessoas. Mas acredita que é tempo dessa mensagem ser ouvida. Vale a pena fazer como Ezequias e abrir os lábios para convocar os crentes, como adoradores e intercessores, a se voltarem para Deus. 

O outro aspecto é a revelação do propósito eterno do Senhor. Ele jamais desejou habitar em templos feitos por mãos de homens, mas sim, dentro do coração do homem. A Palavra é clara quando afirma que nós, em Cristo, nos tornamos a morada do Senhor. Somos o templo do Espírito Santo. 

Nos dias de Ezequias, as portas do templo estavam fechadas, e ali dentro havia muita sujeira. Isso se refere às nossas vidas. O lugar de adoração a Deus, de comunhão com o Senhor, estava abandonado. Não há como uma casa fechada ficar limpa. A poeira vai se acumulando e em pouco tempo o que brilhava vai sendo ofuscado, o que estava aceso vai sendo apagado. Não era necessário apenas abrir as portas novamente, mas uma limpeza profunda precisava acontecer. 

Quando fechamos as portas à comunhão com o Senhor, toda sorte de imundícia começa a fazer parte da nossa vida. No lugar onde somente o Senhor devia ser adorado, até mesmo outros deuses, ídolos, foram colocados. Os utensílios sagrados foram profanados. Absurdos foram cometidos dentro daquele local anteriormente construído para a adoração ao Senhor. 

É por isso que muitas pessoas que já experimentaram a glória da presença de Deus em suas vidas se deixaram levar por “ventos estranhos”, pensando que não haveria muitas consequências do esfriamento de sua fé. Como já mencionei, não é possível manter limpa uma casa fechada. No final da história, muitos se vêem cheios de demónios e até mesmo cometem pecados que jamais imaginariam ver em suas próprias vidas. Podem até mesmo estar dentro das igrejas, levantam as suas mãos, cantam louvores. Todavia, estão como Israel, em cativeiro; suas famílias experimentam a destruição, pois se esquecem de que adorar a Deus não é mais um ritual religioso que se cumpre num dia específico, comparecendo a um templo feito de tijolo e cimento. A adoração que Deus recebe é aquela que flui do interior, do coração. É a comunhão constante, a limpeza contínua do coração, que acontece somente quando estamos na presença do Senhor. 

... continua...

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